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Maternidade sincera: Depressão pós-parto
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A velha máxima "ser mãe é padecer no paraíso" já caiu por terra há um bom tempo. Nem toda mãe vivencia a alegria incondicional ao dar à luz. E tá tudo bem! Mas é importante conversarmos a respeito, pois essa angústia e esses conflitos que são comuns após o parto podem sim se tornar um quadro de depressão. Pra falar sobre isso contamos no Maternidade Sincera de hoje com o texto da médica psiquiatra Dra. Verônica Jordani.
Até hoje persiste a crença de que o desejo de ser mãe está presente em todas as mulheres e que o nascimento de um filho representa sempre um momento de alegria. É preciso lembrar, porém, que a experiência da maternidade não é igual para todas as mulheres, mesmo quando a gestação é desejada. Esse momento pode sim se tornar um verdadeiro pesadelo, já que é um período em que a mãe vive intensas alterações fisiológicas e hormonais, tornando essa fase muito vulnerável para o aparecimento de doenças mentais, em especial, da depressão.
É sabido que alguns fatores são identificados como coadjuvantes no aparecimento da depressão pós-parto além daqueles hormonais, como a ausência de suporte familiar, as dificuldades financeiras, os conflitos conjugais, a ausência de companheiro, assim como perdas recentes, gestação indesejada, menor intervalo entre as gestações, gemelaridade e a idade materna precoce.
Mas e como tudo isso acontece? De início podemos ter o que chamamos de Disforia pós-parto (baby blues),que é um quadro mais leve e que começa logo nos primeiros dias pós-parto. Esses sintomas costumam desaparecer naturalmente em torno do décimo quarto dia após o nascimento do bebê e o pico ocorre em média no quinto dia pós-parto. Sabe quando temos uma instabilidade de humor, um choro imotivado ou então por motivos triviais, aquela irritabilidade, ansiedade, um sentimento de estranheza em relação ao bebê e ao mundo? Ou então uma sensação de que não irá dar conta dos cuidados com o filho? É isso o baby blues. Um quadro benigno, autolimitado e que não dura mais do que duas semanas.
Ocorre, porém, que uma em cada cinco mães com essa disforia pós-parto vai desenvolver o que chamamos de Depressão Pós-Parto. É uma situação mais severa que inicia nas primeiras quatro semanas após o parto, mas também pode ocorrer de três a seis meses após o nascimento do bebê.
O diagnóstico dessa situação é dificultado pelo mito da maternidade feliz, que, perpetuado pela mídia e pela sociedade, estabelece expectativas irreais para a mulher atender.
É dificil para a mulher verbalizar para seus familiares, e mesmo para os profissionais da saúde (que acreditam que ela esteja vivendo um momento de intensa felicidade) o quanto ela pode estar se sentindo infeliz. Mais difícil ainda é falar sobre sentimentos e pensamentos estranhos em relação ao bebê, o qual acredita que deve amar e proteger incondicionalmente. Cansaço, tristeza, sentimento de incapacidade, sensação de inadequação como mãe, dificuldades para cuidar do bebê e de si mesma, além de pensamentos obsessivos como medo de causar danos ao bebê são comuns.
E diante disso, o que fazer? Se permitir verbalizar o que está sentindo é primordial, sem culpa, para que o diagnóstico seja feito o mais breve possível. Buscar ajuda precoce e se manter próxima do bebê com o objetivo de não reforçar o sentimento de incapacidade é fundamental. O tratamento consiste em uma rápida abordagem para que a resposta seja breve, ou seja, nada de ficar perdendo tempo.
Atualmente o tratamento farmacológico é seguro e a possibilidade de uso de alguns antidepressivos durante o aleitamento viabiliza uma resposta rápida e eficaz. A associação com psicoterapia é o ideal. Porém, por questões práticas da própria maternagem e os resultados obtidos a médio prazo, acabam fazendo com que essa opção não seja utilizada de modo isolado, apesar de extrema importância.
Então, não tenha medo, fale o que sente, verbalize todos os seus pensamentos e procure um profissional de saúde mental que esteja apto a trabalhar com essa fase tão delicada da vida das mulheres. Os recursos estão disponíveis para uma rápida recuperação, sem prejuízos ao seu bebê e ao vínculo materno, proporcionando uma manutenção do aleitamento materno e estimulando uma maternidade mais feliz.
Dra. Verônica Jordani
Médica Psiquiatra
CREMERS 27213 RQE 28251
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