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Introdução alimentar: uma nova fase para toda a família

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Publicado em: 05/08/2022
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Introdução alimentar: uma nova fase para toda a família

Seu bebê está crescendo rápido, não é mesmo? E quando você vê, está chegando a hora da introdução alimentar, uma nova fase que muda a rotina de toda a família. Bate dúvida, bate ansiedade, bate insegurança. Como fazer, o que oferecer, em qual quantidade, de que forma?

É pra isso que estamos aqui hoje, pra te ajudar nesse novo momento, cheio de sabor e descobertas!

Vamos começar do princípio?
Introdução alimentar é o termo usado para designar a fase em que a alimentação dos bebês começa a incorporar outras fontes além do leite materno. Conforme a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) e do Ministério da Saúde, ela deve ser iniciada no sexto mês de vida do bebê, que até então era provido exclusivamente pelo aleitamento materno.

A partir dos 6 meses é recomendada a introdução de outros alimentos na dieta, ao mesmo tempo em que, na medida do possível, o aleitamento continue até os 2 anos de idade. Nos casos em que a mãe não pode amamentar por qualquer motivo, pode-se recorrer às fórmulas infantis. Mas nessas situações, a orientação é procurar a ajuda de um pediatra para saber qual a melhor conduta em cada caso.


Além da idade, como saber se meu bebê está pronto para essa nova fase?
O acompanhamento médico é essencial nos primeiros anos de vida de uma criança e certamente esse profissional dará as orientações conforme a particularidade de cada bebê. De toda forma, os pequenos também começam a demonstrar alguns sinais de que estão prontinhos para esse próximo passo:

  • Se interessam pelo que você come
  • Sustentam cabeça e tronco e conseguem sentar sem apoio
  • Já seguram objetos com as mãos
  • Já reduziram ou eliminaram o reflexo de protrusão (que é colocar a língua pra fora)
  • Fazem movimentos voluntários com a língua e com a boca, mostrando que estão pronto para mastigar (mesmo que ainda não tenham dentes!)
     

Como fazer essa introdução?
A alimentação complementar deve ser introduzida de maneira lenta e gradual. É muito normal que as crianças estranhem no início e recusem determinados alimentos, já que é uma experiência totalmente nova para elas. Segundo informações do Ministério da Saúde, é necessário oferecer um alimento de oito a dez vezes, em média, até que a criança o aceite.
No método tradicional de alimentação complementar, recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a alimentação é espessa e oferecida pelo adulto com uma colher. Inicia-se com consistência pastosa (papa ou purês), com alimentos e frutas amassados com o garfo, sem peneirar ou liquidificar. A orientação é sempre observar e respeitar os sinais de saciedade do bebê, sem forçar a alimentação. Gradativamente aumenta-se a consistência da comida. Por volta dos 8 meses, já se pode oferecer em pedacinhos pequenos, até que, por volta de um ano, já consiga comer a mesma comida da família. Durante este período, a criança também vai ganhando autonomia e tentando segurar a própria colher ou alimento - o que é um momento de muita descoberta, alegrias e de uma baguncinha deliciosa!

Outra abordagem de introdução alimentar é o BLW (Baby-Led Weaning, que em português significa “desmame guiado pelo bebê”). Aqui, a alimentação complementar conduz ao desmame de forma gradual e é guiada pela capacidade natural do bebê em se auto alimentar e descobrir sabores e texturas. Acredita-se que, ao “brincar com a comida”, a criança descobre aos poucos que ela também serve para alimentar, e vai aprimorando a autoconsciência e também autonomia alimentar. Essa técnica não inclui alimentação com colher no início, nem adaptação de consistência. Por isso, mais que no método tradicional, aqui os sinais motores sobre estar pronto para comer são fundamentais: sentar-se sem apoio e ter motricidade satisfatória das mãos são importantes para reduzir o risco de a criança engasgar. Além disso, é preciso que os alimentos sejam cortados de forma que a criança possa segurar com as mãos, mas que também evite engasgos. Inclusive os adultos que acompanham o processo precisam também ser treinados em manobras para desengasgar em caso de acidentes.


Independente do método, o que oferecer?
Uma alimentação variada, sempre fresca e rica em nutrientes: assim deve ser a comida do bebê. É preciso unir representantes dos quatro grupos alimentares principais: hortaliças e frutas, carnes e ovos, cereais e tubérculos e grãos. Não se recomenda bater os alimentos no liquidificador para não deixar a comida muito fina, para permitir que a criança experimente novas texturas e sabores e aprenda a mastigar. Pelo menos até os 2 anos, é importante evitar itens como frituras, processados, refrigerantes, café, salgadinhos, balas e açúcar adicionado nos alimentos. O sal deve ser usado com moderação, o mínimo possível. Para temperar, a dica é utilizar ingredientes como salsinha e cebolinha, e mesmo nesses casos, sem exagero: o  tempero deve ser leve. Quando precisar usar óleo, recomendam-se os vegetais, como óleo de canola, soja ou milho, mas também sempre em pequena quantidade.


Rotina alimentar:
A introdução alimentar deve começar com a oferta de duas papas de fruta e uma papa de legumes diariamente durante o primeiro mês. A alimentação deve ser variada, por isso é interessante oferecer diferentes opções a cada dia. As refeições podem ser feitas conforme os horários da família, mas é preciso respeitar o apetite da criança e saber diferenciar sinais de fome de outros desconfortos, como sede ou sono, por exemplo. E também não forçar a criança a comer, já que é desde cedo que ela estabelece uma relação saudável com a alimentação.


Cuidados especiais na introdução alimentar:

  • Ofereça água para hidratar o bebê;
  • Evite sucos de fruta: prefira as frutas in natura, que oferecem mais fibras e menos frutose;
  • Prefira usar temperos naturais para evitar o excesso de sódio;
  • Se oferecer ovos, atente-se para que estejam bem cozidos para evitar contaminação por bactérias;
  • Evite acrescentar açúcar ou leite às papas para não interferir na aceitaçãode outros alimentos. O açúcar deve ser evitado até os dois anos de idade;
  • O mel também deve ser evitado até um ano de idade.

Lembre-se: a introdução alimentar é um momento gostoso de interação. Por isso, busque ter a atenção totalmente voltada para o ato de comer, sem outras distrações, como televisão ou celular. É um novo momento que envolve toda a família e que promove uma relação de carinho com o alimento, que será benéfica no decorrer de toda a vida!

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